23 de junho de 2015

Para ler: A Vida do Livreiro A. J. Fickry


Lemos para saber que não estamos sós. Lemos porque estamos sós. Lemos e não estamos sós. Não estamos sós. Minha vida está nestes livros, ele quer lhe falar. Leia estes livros e conheça meu coração.

A Vida do Livreiro A. J. Fickry entrou na minha lista de leitura por duas razões: (1) ele foi indicado ao Goodreads Choice Awards do ano passado e (2) é um romance que fala de livros. Em resumo, mais cedo ou mais tarde, ele encontraria um caminho para minha estante.

O título resume bem o que você deve esperar dele: aqui você lerá sobre a vida de Fickry e o fato de ele ser um livreiro é importante o suficiente para ganhar destaque ali na capa. Talvez seja até sua característica mais marcante... ao menos até que um bebê seja abandonado em sua livraria, deixado aos seus cuidados. E aí Fickry, que até então era um viúvo rabugento e a caminho de se tornar um alcoólatra, vai descobrir que ainda tem muito para e pelo que viver.

Quando terminei o livro, cheguei à conclusão que tinha encontrado um novo favorito. Zevin fora capaz de me levar às lágrimas (não que isso seja muito difícil) e ainda tinha de bônus todas aquelas ótimas recomendações bibliográficas que o protagonista vai organizando em fichas para dar à Maya, a bebê que começa o livro abandonada na livraria.

Curiosamente, após dormir nessa impressão e acordar no dia seguinte com a história melhor digerida, minha avaliação mudou um pouco.

Não que A Vida do Livreiro A. J. Fickry não seja um bom livro. Ele possui um elenco de personagens muito simpáticos (adorei em particular o chefe de polícia Lambaise, que começa sem grandes gostos pela leitura e termina criando um clube de leitura no departamento), um pouco de romance, um pouco de mistério e várias opiniões sobre livros.

O problema aqui é que, embora um pouco de drama caia bem nesse tipo história intimista, ao meu ver, Zevin terminou pecando por excesso. O abandono de Maya no começo do livro era drama suficiente; o que vem do meio para o fim torna-se melodrama e segue uma fórmula batida que lembra muito os sucessos de Nicholas Sparks.

Nada contra Sparks, mas normalmente prefiro meus livros menos diabéticos... Mas certamente indico se você gosta de uma boa choradeira com uma história.

Feita essa ressalva, é uma leitura rápida, um bom 'Sessão da Tarde' e, mais cedo ou mais tarde, vou voltar a ele para anotar as indicações que Fickry faz ao longo da história (temos gostos literários bem parecidos...).

Nota:
(de 1 a 5, sendo: 1 – Não Gostei; 2 – Mais ou Menos; 3 – Gostei; 4 – Gostei muito; 5 – Excelente)

Ficha Bibliográfica

Título: A Vida do Livreiro A. J. Fickry
Autor: Gabrielle Zevin
Tradução: Flavia Yacubian
Editora: Paralela
Ano: 2014
Número de páginas: 190

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