24 de fevereiro de 2015

Para ler: Pimpinela Escarlate

"Ele estava tomando calmamente sua sopa, sorrindo com esplêndido bom humor, como se tivesse ido a Calais com o expresso propósito de aproveitar seu jantar num hotel imundo, na companhia de seu arquiinimigo".
Até um certo período da minha vida, eu nunca ouvira falar em Pimpinela Escarlate. Aí a Valéria, do Shoujo Café falou um pouco da série, deixou-me curiosa e coincidentemente umas duas semanas depois eu ganhei o livro. Curioso como isso às vezes acontece, não?

Demorei um pouco para tirá-lo da estante enfiado entre Dumas e Verne e foi justamente na ressaca de Dumas e seus Os Três Mosqueteiros que acabei por começá-lo. Foi uma excelente escolha: Pimpinela Escarlate tem todos os grandes lances de um folhetim ao estilo de Dumas, mas não enrola infinitamente com reviravoltas cada vez mais mirabolantes – talvez porque esse que li seja apenas um primeiro volume, mas a história se basta nele mesmo.

A ação se passa no auge da Revolução Francesa, quando as cabeças coroadas estão todas rolando pela guilhotina. O herói disfarçado que utiliza o nome da flor (pimpinela) como epíteto e dá título ao romance, é um inglês misterioso que atravessa a Mancha para resgatar aristocratas franceses em fugas espetaculares e espetaculosas, tão arriscadas quanto audaciosas.

Nesse contexto temos nossa protagonista, Lady Marguerite, uma francesa casada com um dos mais ricos nobres ingleses, Sir Percy Blakeney de inteligência duvidosa, mas com um fabuloso senso de moda. Marguerite despreza Sir Percy e admira o Pimpinela, embora tenha culpa na morte de alguns aristocratas (falou demais quando não devia) e não seja muito particularmente benquista pelos grupos que são resgatados.

Marguerite tem um irmão, que permaneceu na França e que acaba sendo descoberto pelo grande vilão da história, o radical agente francês Chauvelin, como parte dos conspiradores que ajudam o Pimpinela. Assim, chantageada para resguardar o irmão, Marguerite precisa descobrir a verdadeira identidade do herói para entregá-lo para sua morte... e acaba tendo algumas grandes surpresas pelo caminho.

Originalmente uma peça de teatro, o texto conserva o vigor da linguagem dramática - posso muito bem imaginar o livro no palco e terminei de ler morrendo de vontade de assistir alguma das adaptações para a TV. Pimpinela Escarlate não é nada de complexo ou extraordinário, mas é divertido, irreverente e cheio de reviravoltas, uma fantástica pedida para os fãs de um bom folhetim.

É uma pena que seja difícil encontrá-lo em português - há duas edições do livro, mas são edições bem antigas, do tipo que só se vê se você estiver disposto a escarafunchar as prateleiras do sebo. Mas se você lê em inglês, o texto está em domínio público e é fácil achá-lo para ler online.

Nota:
(de 1 a 5, sendo: 1 – Não Gostei; 2 – Mais ou Menos; 3 – Gostei; 4 – Gostei muito; 5 – Excelente)

Ficha Bibliográfica

Título: Pimpinela Escarlate
Autor: Baronesa Orczy
Tradução: Sérgio Duarte
Editora: Tecnoprint
Ano: 1970
Número de páginas: 253

Onde Comprar

Amazon || Book Depository || Cultura || Saraiva


A Coruja


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2 comentários:

  1. Você leu uma versão resumida de O Pimpinela Escarlate. Falo isso, pela foto do mesmo do lado esquerdo de quem vê. O livro original, vamos dizer assim, é muito melhor e mais completo. E, realmente, achar esse e os demais, da coleção Pimpinela Escarlate é complicado. Livros pouco conhecidos. Li três. O Pimpinela Escarlate, Eu me Vingarei e A vitória do Pimpinela Escarlate

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    Respostas
    1. Bom saber que minha versão é uma resumida... vou depois procurar o original então. Bem que podiam relançar, né?

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