21 de novembro de 2013

Projeto Baudelaire: O Penúltimo Perigo

Caro Leitor,

Se este é o primeiro livro que você encontrou enquanto procurava o próximo livro para ler, então a primeira coisa que precisa saber é que este livro próximo-ao-último é o que você deve pôr de lado primeiro. Infelizmente, este livro apresenta a crônica próxima-à-última da vida dos órfãos Baudelaire, e é próxima-à-primeira em sua oferta de miséria, desespero e desprazeres.

Provavelmente as coisas próximas-à-última a respeito das quais você gostaria de ler são um lançador de arpões, um salão de bronzeamento em uma cobertura, duas iniciais misteriosas, três trigêmeos não identificados, um notório vilão e um curry insípido.

As coisas próximas-à-última são as primeiras a serem evitadas, portanto permita-me recomendar que você ponha este livro próximo-ao-último de lado primeiro, e encontre alguma outra coisa para ser a próxima a ler, para que este livro próximo-ao-último não se torne o último livro que você lerá.

Respeitosamente,
Lemony Snicket
Nem acredito que estamos já quase ao final desse projeto... Vou ter de arranjar alguma coisa nova com que me preocupar no ano que vem (na verdade já arranjei, mas deixa quieto por enquanto...).

No décimo segundo volume das desventuras dos irmãos Baudelaire, a intriga complica-se – não que já não estivesse suficientemente complicada até aqui. Já falei antes sobre como ao longo da história, o autor foi do maniqueísmo simples e absoluto de vilões absolutamente caricatos para uma ambigüidade moral que atinge inclusive os heróis da trama.

Violet, Klaus e Sunny se infiltram no Hotel Desenlace como concierges, graças a Kit Snicket, para tentar descobrir mais sobre a cisão da C.S.C. e em quem eles podem ou não confiar. Ao longo da narrativa, vários personagens que já passaram antes pela série retornam, respondendo a algumas das nossas questões, mas nos mergulhando, ao mesmo tempo, num abismo sem fundo.

As próprias crianças agora se questionam sobre seu papel em toda a trama, bem como o de Olaf. Elas se reconhecem não mais como heróis em sua história, e também são capazes de enxergar mais no Conde do que à primeira vista. Na realidade, Olaf parece ter mais motivos para fazer o que fez do que apenas conseguir o dinheiro dos Baudelaire.

A evolução de toda a história é algo para nos deixar sem fôlego. Quando terminei esse livro pela primeira vez, eu não conseguia imaginar como é que o Snicket conseguiria amarrar a história, depois de tantos e tantos mistérios, e uma transformação tão incrível dos próprios personagens.

Vamos ao último volume!


A Coruja


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