10 de abril de 2012

Para ler: The House of Silk


I have, as I say, received some recognition for my literary endeavours but that of course was never the point. Through the various twists of fate which I have outlined, I was the one chosen to bring the achievements of the world’s foremost consulting detective to light and presented no fewer than sixty adventures to an enthusiastic public. More valuable to me, though, was my long friendship with the man himself.

It is a year since Holmes was found at his home on the Downs, stretched out and still, that great mind for ever silenced. When I heard the news, I realised that I had lost not just my closest companion and friend but, in many ways, the very reason for my existence. Two marriages, three children, seven grandchildren, a successful career in medicine and the Order of Merit awarded to me by His Majesty King Edward VII in 1908 might be considered achievement enough for anyone. But not for me. I miss him to this day and sometimes, in my waking moments, I fancy that I hear them still, those familiar words:
‘The game’s afoot, Watson!’ They serve only to remind me that I will never again plunge into the darkness and swirling fog of Baker Street with my trusty service revolver in my hand. I think of Holmes, often, waiting for me on the other side of that great shadow which must come to us ali, and in truth I long to join him. I am alone. My old wound plagues me to the end and as a terrible and senseless war rages on the continent, I find I no longer understand the world in which I live.

So why do I take up my pen one final time to stir up memories which might better be forgotten? Perhaps my reasons are selfish. It could be that, like SO many old men with their lives behind them, I am seeking some sort of solace.

Descobri esse livro quando estava pesquisando sobre O Jovem Sherlock Holmes – Nuvem da Morte e me chamou atenção de imediato que ele não tinha sido apenas ‘sancionado’ pelo Doyle Estate – organização responsável pelos direitos das obras de Conan Doyle – mas que fora na verdade ‘encomendado’ por eles. Não sei se entendi certo ou não, mas a idéia é de que The House of Silk seria assim uma continuação oficial do cânone.

Em minha cruzada sherlockiana, fui atrás do livro, embora com um certo senso de desconfiança. Não tenho problema com mash-ups, sequels e homenagens variadas a autores clássicos e consagrados, mas a idéia de encomendas e bênçãos oficiais me parecia um tanto estranha.

Felizmente, eu estava enganada. E digo mais (vai, Dupont e Dupond...), redondamente enganada. Já do prólogo, The House of Silk me mesmerizou. Horowitz conseguiu pegar exatamente o tom de Watson, escrevendo sua última história, doente, num asilo, já após a morte de Holmes e às vésperas da Segunda Guerra. Da linguagem – e se eu não soubesse, poderia acreditar que o livro foi escrito por um cavalheiro da era vitoriana – ao estilo narrativo, tudo ali ecoa o bom doutor.

Claro que The House of Silk não me prendeu apenas pela forma como a história foi contada, uma vez que ela, em si, é brilhante. Holmes está em sua melhor forma e as reviravoltas do enredo me deixaram sempre na pontinha da cadeira, como se a qualquer momento eu mesma tivesse de sair correndo para resolver os dois mistérios que se entrecruzam nas quase 300 páginas que matei em umas três horas de pura expectativa.

Você começa com um sobrevivente de uma gangue irlandesa de Boston que aparece em Londres atrás de vingança e avança por uma trama intricada, envolvendo altos figurões, alcançando um primeiro clímax com a prisão de Holmes por assassinato e, posteriormente, na descoberta do que realmente se trata a repulsiva Casa de Seda.

Horowitz presta inúmeras homenagens à obra original – entre citações a casos antigos e o retorno de personagens marcantes. Mas ele não se prende demais aos estereótipos e convenções do gênero, apenas repetindo aquilo que já foi escrito e The House of Silk, embora conserve aquela energia nervosa dos contos de Doyle, não é estático, deduções feitas a portas fechadas. É um livro feito para agradar audiências mais modernas e, francamente, ficaria absolutamente esplêndido adaptado ao cinema ou para a TV.

O final é tão surpreendente para Watson quanto para nós – embora Holmes já tivesse entendido tudo desde o começo, claro. Quase bati palmas àquelas últimas e aceleradas explicações para os Carstairs – melhor que isso, só a intervenção absolutamente brilhante de Moriarty (embora nomes não sejam citados).

Deu para perceber o quanto fiquei empolgada com esse livro?

Sejam ou não fãs do detetive mais famoso da literatura, The House of Silk é uma excelente leitura, que te mantém o tempo todo na mais absoluta expectativa, inovando no ritmo da ação, mas mantendo integralmente a personalidade viciante do inigualável e único detetive consultor do mundo: Mr. Sherlock Holmes.



A Coruja


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