14 de fevereiro de 2012

Para ler: The Inimitable Jeeves



We Woosters do not lightly forget. At least, we do - some things - appointments, and people's birthdays, and letters to post, and all that - but not an absolutely bally insult like the above.
Descobri Wodehouse por puro acaso. Claro que já lera em um lugar ou outro seu nome - no mundo dos livros, não é difícil começar com um autor e tropeçar em outros sete - mas nunca chegava a procurar nada dele. Na verdade, por motivos que não sei explicar, eu o confundia com Chesterton. Vá entender...


(Alguns autores que não li a fundo são meio intercambiáveis na minha cabeça. Estou sempre colocando livros de Mark Twain sob a autoria de Charles Dickens e vice-versa... mas juro que não faço de propósito!)

O caso é que certo dia vi um comentário curioso (que nem me lembro mais do que se tratava) feito pela Lu Naomi, do Batata Transgênica e menos de uma semana depois me deparei com essa ilustração e a notícia de que Wodehouse tinha entrado para Domínio Público. Nesses mesmos dias eu estava atrás de audiobooks para me acompanharem na longa jornada (seis a sete horas) de Recife a Mirandiba e aí Jeeves apareceu bem no topo da lista quando fui pesquisar.

Ora, se em menos de quinze dias eu esbarrara nada menos que três vezes com referências a Jeeves e Wooster, nada me pareceu mais lógico que interpretar isso como um sinal divino e sair baixando os audiobooks, depois descobrindo que tinha uma série e MEU DEUS, É O STEPHEN FRY E O HUGH LAURIE!



Essa abertura é simplemsente apaixonante! Oh, música deliciosa...

Basicamente, as histórias que compõem a ampla gama de contos e romances da série nos apresentam a Bertram Wooster, um solteirão inglês com dinheiro de sobra e bom senso de menos.

Bertie, como é chamado pelos amigos, é um cavalheiro muito agradável, facilmente manipulado e com pendão para caminhar direto para encrencas com ares de tragicomédia sem sequer percebê-lo (como alguém consegue ficar noivo sem perceber????) - ao menos, até que seja tarde demais.

A sorte de Bertie é que ele tem um valete - nas palavras dele mesmo, um 'cavalheiro de um cavalheiro' - que é, obviamente, o cérebro da dupla. Seu nome é Reginald Jeeves e não importa o tamanho da enrascada em que você esteja: ele pode resolver seu problema.

Jeeves jamais perde a fleuma e mantém sua dignidade mesmo nas situações mais vexatórias. Ele sempre tem uma resposta, conhece todo o mundo - e sabe tirar ampla vantagem disso em todos os seus esquemas - e isso com um impecável senso de estilo.

E é incrível o quanto ele é capaz de comunicar com uma simples diferença de entonação do seu quase monossílado padrão 'yes, sir'.

Tendo tomado de assalto seu patrão desde que entrou para o emprego - ao chegar na casa de Bertie para a entrevista, encontrou-o totalmente bêbado, e não demorou a passar direto para a cozinha (arrumando tudo em sua passagem) para então preparar a melhor cura de ressaca de todos os tempos (uma receita que é quase um segredo de estado) - Jeeves sabe bem o que é melhor para Bertie (mesmo que este não concorde) e não hesita em tomar as medidas necessárias para tanto. Sem jamais perder a pose.

Absurda e hilariante - por vezes comovente em seu retrato de lealdade quase canina - vale à pena conhecer essa dupla curiosa e (por que não?) invejar a sorte de Bertram Wooster enquanto nos deliciamos com o humor de P. G. Wodehouse.



A Coruja


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